quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Unknown

Gosto muito de poemas, por isso tive alguma dificuldade em escolher o primeiro a ser colocado neste blog. Um poema de amor? Sobre as questões da existência? Acho que vou começar por um poema de amor, causador de tantas questões existênciais...

Quanto, quanto me queres? - perguntaste
Numa voz de lamento diluída;
e quando nos meus olhos demoraste
a luz dos teus senti a luz da vida

Nas tuas mãos as minhas apertaste;
lá fora da luz do sol já combalida
era um sorriso aberto num contraste
com a sombra da posse proibida...

Beijámo-nos, então, a latejar
no infinito e pálido vaivém
dos corpos que se entregam sem pensar...

Não perguntes, não sei - não sei dizer:
um grande amor só se avalia bem
depois de se perder.

António Botto

1 comentário:

  1. Grande poema. Não se pode medir um amor, só se pode vivê-lo, aproveitando o que sabemos ser efémero.

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